terça-feira, 30 de junho de 2020

Em tempo de pandemia, para quem está no último ano da educação infantil ,não se desespere com a alfabetização.

Como entender a mudança para 9 anos do Ensino Fundamental? - 13/03/2007

Em janeiro de 2006, o Senado aprovou o Projeto de lei n° 144/2005 que estabelece a duração mínima de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Em fevereiro de 2006 o Presidente da República sancionou a lei n° 11.274 que regulamenta o Ensino Fundamental de 9 anos. A legislação prevê que sua medida deverá ser implantada até 2010 pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Em resumo o que ocorreu foi que o Pré da Educação Infantil passou a fazer parte do Ensino Fundamental, sendo agora o 1° Ano desse ciclo. O Ensino Fundamental será organizado com cinco anos iniciais para crianças de 6 a 10 anos e, com quatro anos finais, para adolescentes de 11 a 14 anos.

O 1° Ano do Ensino Fundamental deverá manter sua identidade pedagógica e de instalações, observando, ainda, as orientações do Ministério da Educação de que a entrada no novo fundamental não pode representar uma ruptura com o processo anterior, vivido pelas crianças em casa ou na instituição de Educação Infantil, mas sim uma forma de dar continuidade as suas experiências para que elas, gradativamente, sistematizem os conhecimentos.

Observe a tabela de equivalência entre os regimes de 8 e 9 anos do Ensino Fundamental:

SÉRIE – Regime de 8 anos

ANO – Regime de 9 anos

Pré – Educação Infantil

1° ANO

1ª Série

2° ANO

2ª Série

3° ANO

3ª Série

4° ANO

4ª Série

5° ANO

5ª Série

6° ANO

6ª Série

7° ANO

7ª Série

8° ANO

8ª Série

9° ANO

Para exemplificar: O aluno que cursou a 3ª série em 2006, cursará em 2007 o 5° ano do Ensino Fundamental, mas o conteúdo que será trabalhado equivalerá ao da antiga 4ª série. Em caso de transferência, o que poderá acontecer é que os pais acabarão encontrando algumas escolas que ainda não aplicaram a lei em 2007, e o aluno deverá se encaixar na série adequada a sua idade cronológica e conhecimentos pedagógicos, não esquecendo que essa regularização deverá ser feita pela escola até o ano de 2010.

Para uma melhor compreensão das mudanças, o Portal do MEC colocou a disposição de Educadores, Gestores, Pais e interessados documentos para download sobre o Programa Ampliação do Ensino Fundamental para Nove Anos.

Dentre as leituras recomendadas encontramos uma obra muito interessante e ricamente elaborada por especialistas em Educação de crianças desta faixa etária intitulada: Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para a Inclusão da Criança de Seis Anos de Idade. A obra é composta por nove capítulos:

  • A infância e sua singularidade;
  • A infância na escola e na vida: uma relação fundamental;
  • O brincar como um modo de ser e estar no mundo;
  • As diversas expressões e o desenvolvimento da criança na escola;
  • As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento;
  • Letramento e alfabetização: pensando a prática pedagógica;
  • A organização do trabalho pedagógico: alfabetização e letramento como eixos organizadores;
  • Avaliação e aprendizagem na escola: a prática pedagógica como eixo da reflexão e
  • Modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma possibilidade.

No Portal do MEC encontramos também as Perguntas mais freqüentes sobre o assunto e as respostas do Departamento de Políticas Educacionais da Secretaria de Educação Básica. Comunicação e Informação são pressupostos importantes para se obter sucesso na implementação da Lei, baseado nessa premissa acessar o site http://portal.mec.gov.br/seb pode ser um bom caminho para começar a estudar o assunto.

Finalizando, toda mudança provoca sentimentos de insegurança, resistência e muitas vezes de indignação no meio educacional. Educadores se manifestam temendo os “modismos” e questionam a falta de preparo para a implantação de medidas tão significativas.

Os Gestores realizam “malabarismos” para adequar espaço, tempo, formação dos educadores e organização administrativa para garantir a execução das Leis e Normas Educacionais.

Os pais não conseguem compreender as mudanças, confusos procuram as escolas e não obtém as respostas que acalmam suas inquietações.

E os alunos? Hoje, não conseguem entender em que série se encontram, “arrastam” suas dificuldades, independente da forma de organização do sistema de ensino.

Na verdade, o que todos querem é uma Educação de Qualidade, portanto, vamos acreditar, buscar a informação, conhecer, colaborar com a escola, participar e cobrar que os resultados se apresentem no aprendizado dos alunos.

Assim, poderemos evitar a tristeza de ver o nosso país figurando com os piores índices nos instrumentos nacionais e internacionais de avaliação do sistema educacional. Precisamos garantir que os alunos próximos do término da educação obrigatória tenham adquirido conhecimentos e habilidades essenciais para a participação efetiva na sociedade. As questões que devem ser respondidas são: até que ponto os jovens adultos estão preparados para enfrentar os desafios do futuro? Eles são capazes de analisar, raciocinar e comunicar suas idéias efetivamente? Têm capacidade para continuar aprendendo pela vida toda?

O desempenho esperado dos alunos vai além do currículo escolar, enfoca competências necessárias à vida moderna e sua efetiva participação na construção de uma sociedade melhor.

Elisete Oliveira Santos Baruel
Pedagoga e Relações Institucionais do Portal Planeta Educação; Especialização Pedagógica na Área da Aprendizagem (USP); Extensão Universitária do Programa de Filosofia para Crianças (UNITAU); Cursando MBA em Gestão em Educação e Novas Modalidades de Ensino.

Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado
Graduada em Pedagogia; Especializada em Orientação Educacional; Pós - Graduada em Psicopedagogia; Atua como Orientadora Educacional no Instituto de Educação Renascença.

Em tempo de pandemia, o cuidar ganha espaço na linha de frente dos debates !!



















Imagem da vídeo palestra sobre Resiliência  da dra. Ana Paula Cury.
A grande novidade de 2020 está sendo um vírus, quase invencível, que vem assolando o mundo inteiro, e em tempo de pandemia, nos vemos cotidianamente mais atentos a todo tipo de cuidado, em todos os sentidos de que o gesto de cuidar pode significar. 

Na Educação Infantil essa relação com o cuidar é inerente à prática, quando eu fiz o concurso para Professora na Educação Infantil em 2003,o tema da redação era sobre educação e cuidado como indissociáveis no processo educacional. E assim, desde o berçário até a idade de 5 a 6 anos os dois temas se relacionam integralmente durante toda a permanência da criança na escola, além do trabalho com as famílias para fazerem parte de toda a proposta.

Nesta pandemia que nos assola, o emocional tem que ser cuidado, cultivado para fortalecer a relação familiar e social também. As crianças são mais resilientes que nós adultos porque têm pureza nos sentimentos, agem com total despretensão e esperam de nós o mesmo! Pensem nisso antes de lidar com elas, este será um longo período que talvez nos dê a chance de efetivarmos nossos laços mais preciosos, não desperdice esse tempo !










segunda-feira, 29 de junho de 2020

Sobre dar limites à criança e a educação com respeito e conexão. Dra. Ana Paula Cury

 A Dra. Ana Paula Cury é fundadora da Escola de Pais, da escola Waldorf Rudolf Steiner, em São Paulo, explica as grandes aflições de ser mãe e pai na atualidade, o que significa educar, a importância da primeira infância e a a imprescindível necessidade dos pais se autoconhecerem para não projetarem sobre as crianças suas questões mal resolvidas.
Imagem Pinterest
Dar limites, significa circunscrever um âmbito onde a criança pode ocupar o espaço que ela dá conta de ocupar, com a própria força porque fora daquilo ela não se sustenta. Isso é o limite daquilo que protege quando ela está madura o bastante, então você pode e deve dilatar esse limite porque assim ela tem autonomia e aquilo já fica como uma roupa apertada, ela mesma vai sinalizar e a gente vai permitir que ela transcenda esse limite e entre para um âmbito um pouco mais amplo. Então dar limites é circunscrever um campo e um território que a criança pode ocupar com a força e a maturidade que ela já tem. Veja, o ninho é limite, abraço é limite, buscar os melhores ingredientes para fazer um bolo, um pão, você precisa de uma forma e a forma tem bordas, tem limites. Se não tivesse, aquilo se perdia e você não realizaria seu intento. Então nós precisamos de limite para que ele se constitua de dentro para fora e venha a ser no futuro, livre. Esse é o outro lado do limite que tem haver com referências que permitem que, quando a criança saia do prumo, se desvie dela mesma, se perca dela mesma, você pode interpela-la, às vezes até consolá-la. Muitas vezes a criança não vai saber dizer o que está sentindo ou o que está errado, muitas vezes ela vai demonstrar através de comportamentos desvirtuados, muitas vezes inadequados. Se nós não estamos atentos nós vamos tentar punir, muitas vezes com barganha e recompensas. Se ela fizer aquilo que é o certo , ela vai ficar condicionada ou pelo medo do castigo ou por um interesse pela recompensa, e jamais para algo que ela sente dentro dela que é o verdadeiro, que é o bom. É preciso ajudá-la a se confrontar antecipando a consequência do seu ato não se trata de punir ou castigar mas de estabelecer para ela ou dar a ela a vivência da consequência e quando ela puder vivenciar naturalmente ela cai em si e se aflige. Uma coisa é um comportamento que partiu de uma intenção, outra coisa é o efeito que ele gerou e que mostra que ele é inadequado, que não era o melhor meio de obter aquela intenção, que por vezes é legítima. Então a nossa tarefa é ajudá-la a encontrar o caminho do bem, ajudar a encontrar o comportamento correto de alcançar um objetivo que pode ser uma necessidade legítima, humanamente válida e universalmente reconhecida. Às vezes a criança só quer ser confirmada, reconhecida, amada, mas não encontrando um meio adequado ou que logre êxito segundo seu ponto de vista, ela começa a chamar a atenção de maneiras absurdas e se você não está atento, pune e astiga.O interessante é que você faça o auto-exame e veja de onde vem essa motivação para ela agir assim, "será que eu dei alguma referência que valide?" O que viveu nela enquanto intenção? O que ela quer ganhar de bom com isso ? Lembre-se que a gente também já foi criança, isso ajuda muito por que existem aspectos do desenvolvimento que permanecem os mesmos. É preciso compreender no lugar de julgar é preciso se comprometer a oferecer aquilo que é referência de forma correta, senão que autoridade tenho eu para esperar ou exigir dela se eu mesma não o faço? Se eu mesma não sou capaz de fazer, eu preciso conquistar a autoridade moral, o erro é passível de mudança mas o amor, esse é incondicional, é presente sempre. Quando você diz "eu sei que você não é isso! Isso é o que você fez! Eu sei que lá onde você é mais brilhante há um jeito melhor de ser, de fazer e nós vamos encontrar juntos!" É preciso levar a criança a encontrar dentro dela o equilíbrio que a leve a pender para o outro lado, para o lado positivo! Dra. Ana Paula Cury.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Vamos falar sobre elogios com Mari Lacerda!


marianalacerda.com.br  |  Fale Conosco
Mariana Lacerda Gontijo Treinamentos CIA LTDA - Todos os direitos reservados
R. Icaraí, 555, Caiçaras, Belo Horizonte - MG - CEP: 30770-160

MARIANA LACERDA

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.



É muito provável que você já tenha lido, escutado ou estudado sobre a percepção dos elogios na perspectiva da educação com respeito.
Imagem Pinterest
Qual é a reflexão nesse sentido?

As crianças têm necessidade de se sentirem aprovadas o tempo inteiro, principalmente pelos pais e pelos adultos de referência.

O nosso grande exercício é trazer para elas a noção de autoaprovação. Não é que é proibido expressarmos o que pensamos e sentimos quando elas fazem algo buscando aprovação, a gente pode e deve elogiar...é que esse não deve ser o ÚNICO foco.

Como elogiar a criança e desenvolver sua autoaceitação ao mesmo tempo?

Se a criança pergunta “mamãe, você gostou do que eu fiz? Você achou bonito?”, eu posso responder coisas como:

“Eu achei muito bonito! E você? O que achou?”;
“O que você achou é mais importante do que eu achei!”;
“Como você se sentiu fazendo isso?”;
“O que você sente no seu coração?”;
“Parece que está feliz com o que fez! Parece que está orgulhoso(a) de você mesmo(a), né?”:
“Você deve estar orgulhoso(a) de você mesmo”.

Está tudo bem responder para a criança quando ela busca nossa aprovação, mas devemos sempre trazer de volta para ela o senso de autoaprovação.

Eu posso até querer saber o que os outros pensam, mas o que vale mais?

É sempre bom pensarmos: “o que é mais forte e importante? Aquilo que eu penso sobre mim!”. E sabemos como esse tipo de reflexão é significativa! Quantos de nós passamos a vida buscando aprovação externa e não sabemos encontrar um recurso interno que nos mostre a autoaprovação?

Quantos de nós precisamos de apoio e suporte profissional para descobrir que não precisamos de aprovação externa, pois a interna é suficiente? Pensando na lógica da educação com respeito, em que trabalhamos com as crianças habilidades de vida, emocionais e sociais, quando ela traz a necessidade de aprovação, é uma grande oportunidade de ensinarmos o auto-valor, independentemente do que o outro acha.

Quer dizer que a opinião dos pais não vale nada?

Não precisa ser 8 ou 80. A opinião da criança sobre ela mesma deve ser o maior foco, em todos os sentidos, seja sobre algo que ela tenha feito ou sobre sua personalidade. O tempo inteiro precisamos ajudá-la a construir isso.

Se a criança fizer, por exemplo, coisas que dão muita vontade de bater palma, elogiar e comemorar, claro que vamos manifestar essa alegria! O ponto é apenas termos consciência do objetivo disso.

Quando não é saudável comemorar uma ação positiva da criança?

Você vai concordar comigo que temos a tendência de elogiar quando a criança se comporta dentro da nossa expectativa. Esse é um lugar de manipulação, para que ela entenda que é para continuar fazendo aquilo.

O lugar que não é saudável da comemoração é esse, quando contribuo para que a criança dependa da minha aprovação e se comporte de determinada maneira para me agradar, e não porque ela entende que é saudável.

Agora, as comemorações, os elogios, os sorrisos, as palavras amorosas que vêm naturalmente de celebração sobre algo que ela está conquistando, simples e puramente com a intenção de revelar o quanto aquilo nos causa emoções positivas, são essenciais.

O caminho é termos consciência e nos observarmos como pais. 

É basicamente pensar: “estou elogiando com qual objetivo? É para manipular? É para fazer a criança continuar repetindo aquele comportamento que eu quero? É para continuar me agradando? Ou realmente senti uma emoção positiva? Eu uso desses momentos para ajudar a criança a criar essa força interna do seu auto valor e da própria percepção positiva? Ou eu simplesmente falo o que eu acho e não trago a pergunta de volta para ela?”.

Espero ter esclarecido esse ponto porque sei que traz muitas dúvidas! MARIANA LACERDA.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Vamos conversar sobre obediência e cooperação ? Conversas com Mariana Lacerda.

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MARIANA LACERDA

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

Mari, meu filho é muito desobediente, não sei como posso lidar com isso." 

 

Muitos de nós temos uma tendência a focar na questão da obediência, em desejar que as crianças façam tudo que queremos, exatamente como queremos, no nosso tempo, no nosso ritmo e do nosso jeito.

 

E a grande questão da obediência é que, muitas vezes, a criança não entra em contato com aquilo que faz sentido para ela. Você pode estar se perguntando agora: “mas como as crianças não têm noção do que é certo e errado, devemos fazer isso como pais, não?”

 

Sim, em um processo de amadurecimento, é natural a criança não ter tanta consciência e, claro, a mesma experiência que os adultos, em saber o que é certo e errado. Mas quando falamos de Disciplina Positiva, de Educação com Respeito, de trazer a criança para a cooperação, não quer dizer que ela vai decidir sozinha.

 

Por isso, confundimos os conceitos “cooperar” e “obedecer”.

 

O que é a obediência e como se dá?

 

Quando queremos fazer a criança nos obedecer é porque não a envolvemos no processo, apenas tomamos decisões nem sempre respeitosas e sem uma escuta empática diante dela, das suas necessidades e sentimentos.

 

Consideramos o que é importante para a gente, como se só importasse o que, na nossa cabeça, precisa ser feito. Dessa maneira, usamos ferramentas e estratégias que não estimulam o autoconhecimento dela, ela não entra em contato com essa reflexão sobre o que é importante para ela, pois se encontra em um processo automático de responder ao desejo do outro.

 

Nesse fluxo, a criança entra em um padrão de fazer as coisas para agradar o outro. “Eu preciso ser obediente porque isso agrada e, para eu ser amada, preciso agradar”.

 

Na cooperação, a criança pensa “por que que eu preciso fazer as coisas?” e “é importante para mim também?”. Assim, ela revê sua responsabilidade, seus valores e vontades. Então, o “porque” é completamente diferente.

 

Se na obediência o “porque” fazer é para agradar o outro, porque o outro me pediu, o outro só vai me amar se eu fizer, e se eu não fizer não vou ser amado ou vou receber uma punição, na cooperação vamos além.

 

Na cooperação, “eu faço porque entendo que isso realmente é importante para minha vida, para as pessoas ao meu redor, para minha família e para minha casa”. Na cooperação, conseguimos trabalhar autodisciplina e muita responsabilidade.

 

Quando estamos presos na obediência, se o adulto não estiver lá para cobrar a criança, ela não vai fazer, porque não desenvolveu dentro dela essa questão da auto responsabilidade e de autoconsciência.

 

Mas, quando a gente trabalha na cooperação, a criança faz mesmo que você não esteja lá para cobrar dela, porque ela se sente compreendida e que o ponto de vista dela foi levado em conta.

 

Jane Nelsen, criadora da Disciplina Positiva, desenvolveu “quatro passos para conseguirmos cooperação”. Vamos conhecê-los?

 

1° passo

 

O primeiro passo é expressarmos compreensão pelo sentimento da criança, fazer um esforço de confirmar com a criança para saber se estamos entendendo o que ela está sentindo.

 

Se ela não quer fazer algo num determinado momento, precisamos identificar: é frustração, cansaço, irritação, desejo de continuar na tarefa de antes…

 

Então, primeiro vem a compreensão do sentimento da criança.

 

2° passo

 

Mostrar empatia sem necessariamente concordar — não significa que você vai dar permissão: “eu entendo que você está frustrado e não quer organizar sua mochila para escola agora, então eu vou concordar que você não precisa organizar”, não é isso!

 

“Entendo que você está frustrado porque tem que parar de brincar para organizar o seu material escolar, eu me coloco no seu lugar — que é a empatia —, compreendo como você se sente, mas, é necessário para você se organizar e ter um dia melhor na escola” .

 

Por isso que cooperação não tem a ver com permissividade. Uma boa dica é mostrar para a criança que a gente também já se sentiu assim: “muitas vezes, eu também me sinto frustrado quando tenho que interromper uma coisa que eu gosto tanto de fazer para organizar as coisas”.

 

3° passo

 

Podemos e devemos compartilhar nossos sentimentos e percepções. Se você fizer esses três primeiros passos, pode ter certeza que a criança vai estar muito mais aberta para escutar o que precisa fazer depois, porque se sentirá acolhida, que você está entendendo o sentimentos e que está sendo vista.

 

4° passo

 

Convidar a criança a pensar em uma solução. Você pode perguntar: “tem alguma ideia de como que a gente pode resolver esse problema ou como evitar esse problema no futuro?” Se for uma criança mais nova e ela ainda não souber dizer tantas palavras, e mesmo se for uma criança mais velha, ofereça algumas sugestões para chegarem em um consenso e no equilíbrio.

 

Essa é a diferença da gente trabalhar cooperação, envolver a criança no processo de resolução de problemas e de tomada de decisão, ao invés de simplesmente obedecer e fazer “porque estou mandando, sou o pai e ou a mãe”.

 

A nossa postura se torna completamente diferente, e a resposta da criança diante dessas situações também.

 

Fez sentido para você? 

 

Com amor, Mari.

Se você quer saber mais sobre estes temas e discussões nas redes sociais da Mari Lacerda tem muito mais !!! Corre lá!!!