quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Conversas sobre o período de adaptação dos pequetuxos

Lendo mais um texto sobre o período de adaptação pude perceber que é um lugar comum em todas as escolas,onde as angústias e ansiedades são as mesmas, mas é sempre bom compartilhar esse sentimento. Um grande abraço de boas vindas a todos. Jaque Por Dayse Gonçalves Na semana passada e nesta fizemos duas reuniões com os pais novos da Educação Infantil. Uma na Unidade Butantã e outra na Unidade Morumbi. Temos alguns propósitos com estes encontros. O primeiro deles diz respeito às necessárias apresentações. É o primeiro contato dos pais com as professoras que irão receber seus filhos. Um encontro breve é bem verdade, mas fundamental para essa relação de confiança que pretendemos construir com cada um deles nas próximas semanas. Outro propósito, igualmente importante, é fazer combinações sobre o período em que vão permanecer na escola. Provavelmente muitos pais e mães já tenham se antecipado e lido o que a mídia costuma publicar nesta época do ano sobre o tema da adaptação, mas isso não dispensa este contato mais próximo das famílias com a escola, onde há espaço para perguntas de quem quer conhecer mais e melhor o projeto pedagógico, a filosofia da escola, enfim, verificar o quanto compartilhamos de valores e critérios educativos. Mas e os professores? Eles também vivenciarão um processo de adaptação. E posso lhes garantir que eles não medem esforços para receber da melhor maneira possível seus alunos e suas famílias, sejam eles veteranos ou novatos. Sabem que há muita expectativa depositada neles, tanto da parte dos pais e das crianças, como da parte da escola. Os que receberão crianças novas precisam garantir que seus alunos se sintam acolhidos e seguros, que estabeleçam uma relação afetiva com eles e com seus pares, para que se deixem entregar à dinâmica do grupo e se envolver com as propostas. Os que recebem alunos veteranos têm a vantagem de receber crianças que estão familiarizadas à rotina e ao espaço da Educação Infantil, mas que precisarão construir com a nova professora a mesma relação que tinham com a do ano anterior, e que até então era a “melhor professora do mundo”. Como se pode ver, não é pouca coisa. Por essa razão precisamos muito da confiança e da colaboração de vocês, pais. Colaboração essa que se traduz na necessária tranqüilidade a ser transmitida às crianças, para que se sintam confiantes e capazes de transpor os desafios que estão postos. Animando-as a enfrentar todos eles, mostrando a elas o quanto acreditam na nossa capacidade de tornar o espaço da escola um lugar para onde as crianças desejam sempre retornar, contentes por reencontrar seu grupo e seus professores, apesar de todos os desafios que representa a convivência em grupo. Penso que a melhor imagem deste momento é a de um enorme baú. Um baú repleto de atividades especialmente preparadas para os nossos pequenos. Histórias, brincadeiras, passeios de reconhecimento do espaço e de descobertas, atividades de Arte, momentos gostosos de lanche e de parque, partilhar novidades do período de férias… tudo minuciosamente planejado para tornar as manhãs e as tardes um tempo de prazer e de muitas aprendizagens. Bom ano para todos nós! E sejam todos muito bem-vindos!Coordenadora da Educação Infantil da Escola da Vila. This entry was posted in Educação Básica by Escola da Vila. Bookmark the permalink. 8 THOUGHTS ON “A ADAPTAÇÃO DOS PEQUENOS DO PONTO DE VISTA DOS EDUCADORES.”

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Falando um pouco sobre as Proposições Curriculares da educação infantil na PBH

O desenvolvimento das Proposições Curriculares não pode desconsiderar as características do/a estudante (sua idade e seus conhecimentos, suas possibilidades de compreensão e elaboração, o meio econômico, social e cultural onde vive), as características de sua família e da instituição educativa, pois essas são determinantes fundamentais das formas de pensamento do estudante ou são a base da construção das capacidades almejadas. Assim, as experiências escolares de ensino e aprendizagem dos bebês e crianças pequenas, das professoras e das educadoras estão comprometidas com a diversidade, com ações diversificadas que considerem as diferenças de ritmos e formas de aprender, o que colabora para a criação de oportunidades mais igualitárias para todos. Tendo em vista que alguns conceitos que articulam estas proposições curriculares podem ter diferentes acepções, faz-se necessário que a professora, a educadora e as coordenações pedagógicas tenham clareza do significado aqui utilizado para: intenções educativas, capacidades/habilidades, conhecimentos disciplinares/conhecimentos das diversas linguagens, experiências escolares. Estas Proposições orientam-se pelas intenções educativas para a Educação Básica, apresentadas nos Cadernos da Escola Plural: -A construção da autonomia do/a estudante. - A construção de conhecimentos que favoreçam a participação na vida social e interação ativa e crítica com o meio físico e social. - O tratamento da informação e expressão por meio das múltiplas linguagens e tecnologias. Para efetivar essas intenções educativas, as proposições curriculares organizam-se em capacidades/habilidades que orientarão a seleção e organização dos conhecimentos, as experiências escolares para seu desenvolvimento e a avaliação, levando em consideração as condições dos bebês e das crianças pequenas. O termo capacidade/habilidade está sendo aqui empregado como um norte, uma meta geral de formação que os profissionais tomam como referência para a organização e o desenvolvimento das propostas de ensino. Neste documento, como nos cadernos do CEALE (2005) - os quais tomamos, como referência para os processos de alfabetização e letramento no 1º e 2º Ciclos -, a opção pelo termo capacidades/habilidades justifica-se pelo fato de ele ser amplo, dando conta de denominar: - os atos motores: segurar um lápis para escrever, o pincel ou a esponja para pintar, mover o mouse para deslocar o cursor, chutar uma bola, correr, pular corda etc. - as operações mentais, simples e complexas: enumerar, ordenar, identificar, localizar, distinguir, selecionar, calcular, associar, classificar, registrar, ler, interpretar, inferir, comparar, relacionar, analisar, sintetizar, avaliar etc. - as atitude que favorecem a autonomia: organizar-se e organizar seus pertences; desenvolver interesse em aprender e expor seus conhecimentos; emitir opiniões com clareza e segurança; trabalhar coletivamente; responsabilizar-se pelo cumprimento de horários, com a realização e apresentação de atividades propostas; ter compromisso com sua autoavaliação etc. - os valores: conhecer a si mesmo; conhecer o outro; criar condições para uma convivência fraterna; cumprir regras e combinados; ser solidário e tolerante; valorizar a vida; cuidar do próprio corpo; saber colocar-se no lugar de outro; respeitar as opiniões e ações das minorias; interessar-se em conhecer e compreender os demais povos, raças, ideologias, religiões etc.; respeitar o próximo, os animais, o meio ambiente; mediar conflitos, partilhar, valorizar a liberdade de expressão, valorizar a vida cultural etc. Capacidades/habilidades expressam os conhecimentos escolares – conhecimentos disciplinares/conhecimentos das diversas linguagens, atitudes e valores - que se deseja sejam desenvolvidos com os bebês e crianças pequenas, a partir de experiências escolares que favoreçam aprendizagens e levem à incrementação, reelaboração, afirmação dos conhecimentos que eles constroem nas interações no seu mundo social, bem como ampliação de suas possibilidades de elaborar novos conhecimentos. Nessa medida, os conhecimentos disciplinares/conhecimentos das diversas linguagens e as experiências escolares utilizadas para seu desenvolvimento assumem papel importante na articulação das capacidades/habilidades-conhecimento que orienta estas Proposições Curriculares. A construção e desenvolvimento de capacidades, e não o desenvolvimento de uma lista de conteúdos, foram apontados como o meio pelo qual as intencionalidades educativas do município, da instituição educativa e da professora e educadora serão concretizadas nos espaços escolares, porque a concepção que orienta a elaboração destas Proposições Curriculares tem como pressuposto considerar as potencialidades do sujeito para a construção, reconstrução, incrementação, reelaboração, inter-relação, afirmação dos conhecimentos a fim de possibilitar a compreensão e a solução de situações problema na sua vida e em seu meio social. Capacidades incorporam, pois, diferentes e variadas vivências, e o papel primordial da Educação Infantil é proporcioná-las para que a criança viva e experimente intensamente o mundo sendo criança, como criança, pois essa etapa da educação tem sentido e importância em si mesma, como espaço de vivências fundamentais à formação humana, e não de preparação para o futuro. Nessa perspectiva, memorizar os conhecimentos disciplinares/conhecimentos das diversas linguagens não significa ter conhecimento, pois o conhecimento depende da capacidade de pensar sobre como as coisas funcionam, pesquisar, observar, registrar, brincar, compreender alguns fenômenos naturais e sociais, relacionar, interpretar, calcular, associar, analisar etc. Assim, o ensino e a aprendizagem dos conhecimentos disciplinares/conhecimentos das diversas linguagens deixam de ter como objetivo apenas o acúmulo de informações sobre a disciplina/linguagem, confluindo em construção de estratégia para atingir formas de pensar e encaminhar soluções diante de problemas e questões colocadas por cada um e pela sociedade. A partir dessas concepções, esperamos que as professoras e as educadoras possam organizar mais sua proposta de ensino, construir melhores condições para a realização de diagnósticos e avaliações gerais e parciais em suas turmas, para que os estudantes também possam compreender melhor e ter melhor desempenho na aprendizagem. Tal como expresso no Caderno 1 do CEALE (2005, p. 15), ressaltamos: a importância que se atribui à sensibilidade e ao saber do professor no sentido de adequar a proposta à real situação de seus alunos. Espera-se que o docente – em conjunto com toda a escola – alie acuidade e disposição positiva para implementar esta proposta, atentando para as efetivas circunstâncias em que se deverá desenvolver seu trabalho. http://portalpbh.pbh.gov.br

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Antes que eles cresçam... parece que foi ontem seu nascimento!

ANTES QUE ELES CRESÇAM Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular, entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações. Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas, não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem, de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade, que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. Onde é que andou crescendo aquela danadinha, que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal? A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica, desobediência civil. E você agora está ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos. Entre hamburgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda, nos ombros nus, ou então com a blusa amarrada na cintura. Está quente, achamos que vão estragar a blusa, mas não tem jeito, é o emblema da geração. Pois ali estamos, com os cabelos já embranquecidos. Esses são os filhos que conseguimos gerar apesar dos golpes dos ventos, das colheitas das notícias e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrados, observando nossos muitos erros. Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. Não mais os colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgirem entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, do inglês, da natação, do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância e da adolescência, cobertos naquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores. Não, não os levamos suficientes vezes ao maldito Play Center, ao Shopping, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas. Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo nosso afeto. No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, disputa pela janela, pedido de chicletes e sanduíches, cantorias infantis. Depois chegou a idade em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível largar a turma e os primeiros namorados. Os pais ficaram então exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas não de repente, morriam de saudades daquelas pestes. O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar nosso afeto. ©Copyright Texto de Affonso Romano de Sant'Anna. Esse texto chegou a mim por e-mail sem os créditos do autor. Apenas mais tarde recebi uma mensagem informando sobre o autor. ZAMORIM :: Textos :: http://zamorim.com/textos/antesqueelescrescam.html

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013